Rubens Jardim

A poesia é uma necessidade concreta de todo ser humano.

Meu Diário
23/03/2008 16h26
SAINT EXUPÉRY, UM AUTOR À PROCURA DE LEITOR
Saint Exupéry, filho do conde e condessa de Foscolombe, nasceu em Lyon, França, em 1900. E morreu em 1944, durante uma missão de reconhecimento sobre Grenoble  e Annecy. Foi aviador de profissão e escritor por devoção. Piloto do correio aéreo, voava, na década de 30,  das possessões francesas, na África, para Argentina e Chile, fazendo escala em Natal, Rio Grande do Norte. Quando o Pequeno Príncipe foi publicado, em 1943, a França estava ocupada pelo exército alemão. Saint-Exupéry foi muito ativo na Resistência Francesa, e seu livro Piloto de Guerra foi proibido na França, ocupada em 1942 pela Alemanha. Publicou Correio do Sul,(1929); Vôo Noturno,(1931); Terra dos Homens,(1939); Piloto de Guerra,(1942); O Pequeno Príncipe,(1943); Cidadela,(1948); e Cartas do Pequeno Príncipe. Escritor de grande sucesso no mundo inteiro, seu maior best-seller --o Pequeno Príncipe -- era o livro mais citado nos antigos concursos de misses. Hoje, esse livro, de excepcionais qualidades simbólicas e filosóficas, parece ter desaparecido das estantes e dos comentaristas. Assim como toda a sua obra parece ter sido relegada ao esquecimento. Também por essa razão, fiz questão de reunir aqui algumas frases de minha predileção, buscadas em seus vários livros que são muito importantes e merecem  voltar a ocupar o interesse de velhos e novos leitores. Mãos à obra, portanto.

“Bastava que ela existisse para que minha noite se enchesse de sua presença. Eu não era mais aquele corpo estendido sobre a areia, orientava-me, era a criança daquela casa, cheio das vozes que a animavam. O maravilhoso de uma casa não é o abrigo ou o acolhimento que ela nos dá, nem as paredes que possuímos, mas essas provisões de ternura que ela lentamente acumula em nós, esse maciço obscuro que ela forma no fundo do coração e de onde nascem, com as águas das fontes, os sonhos."
”"Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo." 
"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam." 
"O que conduz o mundo é o espírito e não a inteligência."
“Quem ama uma estátua não ama nem o barro, nem o tijolo, nem o bronze: ama a ação do escultor.”
"Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções."
“O essencial do círio não é a cera que deixa, mas a luz que liberta.”
“A morte do jardineiro não é coisa que lese uma árvore. Mas se tu ameaças a árvore, então o jardineiro morre duas vezes.”
“O que é a felicidade senão o calor dos atos e o contentamento da criação?”
“Tu não podes dividir o homem. Se salvas só os grandes escultores, ficas privado de grandes escultores. Pois o grande escultor nasce do terreno dos maus escultores.”
“Não te importes com estas divisões. A única coisa fértil é a colaboração de um através do outro.”
“Criar o navio não é içar as velas, forjar os rebites, ler nos astros, mas antes fazer nascer o gosto pelo mar.”
“A pedra não tem esperança de ser outra coisa que não pedra. Mas ao colaborar, ela se congrega e se torna templo.”
“Aquilo que te causa os sofrimentos mais graves, traz-te também as maiores alegrias.”
“A tua alma alimenta-se do sentido das coisas e não das coisas.”
“Não se trata de mim: sou apenas aquele que transporta. Não se trata de nós: somos caminho para Deus que toma por um instante nossa geração e a utiliza.”
“A festa está em chegares depois de teres andado.A festa é o coroamento da tua marcha. A festa é ateares fogo à lenha, depois de teres amontoado a lenha.”
Não é pelo avião que se arrisca a vida, também não é pelo arado que o lavrador trabalha. Por meio do avião, abandonamos as cidades e seus escritórios, e reencontramos uma verdade campestre. Estamos em contato com o vento, com as estrelas, com a noite, com a areia do mar. Sinto-me o camponês das estrelas.”
“Apresentaram-me o mundo como um enigma e depois exigem que eu o explique. Mas não há explicação a dar. O mundo não tem sentido.”
“O poeta não pretende explicar-te isto ou aquilo, nem mesmo sugerir-te como julgam as coisas pessoas mais sutis --porque não se trata disto ou daquilo -- mas fazer com que tu te tornes este ou aquele.”
“Para fundar o amor por mim, faço nascer em ti alguém que é para mim.”
“Os enunciados desencadeiam ódios, pois o campo da consciência é minúsculo e aquele que encontra uma fórmula julga que os outros mentem ou estão no erro. Mas todos têm razão.”
“Uma civilização não repousa sobre o uso dos objetos criados, mas sobre o calor da criação.”
“Debrucei-me sobre essa obra-prima de encanto e graça e disse a mim mesmo: eis aqui um rosto de músico.Eis aqui Mozart menino.Os pequenos príncipes das lendas não deviam ser diferentes dele: protegido, rodeado de cuidados, educado, o que não poderia se tornar! Quando nos jardins nasce por mutação uma nova rosa, todos os jardineiros se emocionam. A rosa é isolada,cuidada, privilegiada. Mãs não existem jardineiros de homens.”
"A ordem não cria a vida."

Publicado por Rubens Jardim em 23/03/2008 às 16h26

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