26/06/2018 13h08
COMENTÁRIO DA POETA MARANHENSE LENITA ESTRELA DE SÁ
Os poemas de Rubens Jardim, reunidos na Antologia de Poemas Inéditos, lançada recentemente, deixam-nos muito gratificados após a leitura, que fiz de uma assentada. Neles o poeta demonstra pleno domínio de seu ofício, em alguns deles rendendo homenagem a ilustres predecessores como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Jorge de Lima. Encanta-nos, sobretudo, a leveza do verso, sem dispensar a precisão da palavra; a diversidade temática; a riqueza de imagens. A poesia é geratriz de sonho e insurreição (“Reflexão” e “Bagagem”, p.5), expressão do alumbramento amoroso (‘Encontro”, p.10) e vetor de transformação social (“Resistência”, p.12), construída com palavra diamantada, que permite espiar “os dois lados das coisas” (“Ambiguidade”, p.9). O sentimento correlato à saudade da Itabira drummondiana ilumina o poema “Vila Itambé” (p. 5 e p.15) , no qual Rubens Jardim proclama a força das primeiras vivências, a densidade do lugar considerado estruturante de sua cosmovisão: “Aquela casa está dentro de mim / como a chama está dentro do fogo / como a voz está dentro do eco / como a língua está dentro da boca”. Não falta à Antologia de Poemas Inéditos um dos traços mais marcantes do poeta, qual seja, a preocupação com o outro, com a coletividade, que torna a poesia um instrumento de libertação, como exprime em “A vida não é isso”: “(...) A vida é mais que o prazer episódico / A vida é mais que o prazer / A vida é mais / Se todos nós estivéssemos de mãos dadas.”
Publicado por Rubens Jardim em 26/06/2018 às 13h08
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