Rubens Jardim

A poesia é uma necessidade concreta de todo ser humano.

Meu Diário
30/03/2018 20h59
RELENDO RAINER MARIA RILKE

Ontem, estava relendo alguns trechos de cartas do Rilke. E é incrível a sintonia que sinto com tudo que ele escreve. Comentei isso hoje com a Ana. Não satisfeito, quis dividir com ela o trecho lido. Quase não consegui, pois as lágrimas e os soluços dificultavam a comunicação. Por isso, divido com os amigos.
"A infância é um país independente de tudo. É um país em que há reis. Por que ir para o exílio? Por que não envelhecer e amadurecer nesse país?...Para que se habituar àquilo em que os outros acreditam? Isso porventura tem mais verdade do que aquilo em que se crê com a primeira e forte confiança infantil? Ainda consigo me lembrar...cada coisa tinha um significado especial, e era coisa que não acabava mais.E nenhuma tinha mais valor do que a outra. A justiça pairava sobre elas. Cada coisa podia uma vez parecer única, podia ser destino: uma ave que vinha voando pela noite e agora, preta e séria, pousava na minha árvore favorita; uma chuva de verão que transformava o jardim, de modo que todo o verde adquiria um tom mais escuro e brilho; um livro que guardava uma flor entre suas folhas, sabe Deus de quem; um seixo de forma estranha, interpretável: tudo era como se soubéssemos muito mais sobre isso do que as pessoas grandes. Parecia que a gente podia ficar feliz e grande com cada coisa, mas também que podia morrer em cada coisa...De fato é assim: cada um, nas profundezas de seu interior, é como uma igreja adornada por solenes afrescos...Os pais jamais deveriam querer nos ensinar a vida, pois eles nos ensinam a vida deles...No fundo, compreendem mal a criança, partem de um falso pressuposto, o do adulto, que se sente superior à criança,em vez de reconhecerem que a tentativa dos maiores indivíduos foi, em certos momentos, de serem iguais à criança e terem seus valores". (na foto Rilke e Paul Valéry)

A imagem pode conter: 3 pessoas, incluindo Frederico Barbosa, pessoas sorrindo, pessoas sentadas

 


Publicado por Rubens Jardim em 30/03/2018 às 20h59
 
30/03/2018 17h50
INVERSÃO DE VALORES

LULA já foi condenado, sem provas, pelo Moro no caso do triplex do Guarujá. Na 2ª instância, essa condenação foi confirmada por unanimidade e a pena ampliada. Esse é o Brasil com seu legado escravocrata. Um país que não admite as chagas da escravidão e, no fundo e no raso, discrimina pobres, trabalhadores e a população negra. Lula é a grande vítima por ter proporcionado avanços importantes na situação do nosso povo.E as elites -- e partes expressivas da classe média--possuem a mesma alergia do ex-presidente Figueiredo, aquele que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo. É lamentável, triste e desanimador estar vivo ainda para presenciar esse circo de horrores e essa abominável inversão de valores.


Publicado por Rubens Jardim em 30/03/2018 às 17h50
 
30/03/2018 17h46
EM OITO DIAS, 12 MORTES

ABRA OS OLHOS -- Procure enxergar o que está por trás disso. Imagine, por exemplo, um jovem segurando seu filho de menos de 1 ano, na varanda de um apto em Copacabana, receber um tiro de fuzil. Dá pra imaginar? Pois é. Na Rocinha isso aconteceu. E em 8 dias, 12 pessoas foram assassinadas. Será que a vida de um favelado vale menos que a vida de uma pessoa bem sucedida? É inadmissível isso, a não ser que a favela seja a senzala do mundo atual. E tudo aponta para essa conclusão. ABAIXO O CAPETALISMO!


Publicado por Rubens Jardim em 30/03/2018 às 17h46
 
30/03/2018 17h36
SEMPRE É POSSÍVEL SUPERAR OBSTÁCULOS

NÃO DÁ PRA VIVER NUMA BOLHA -- E ficar cagando regras e soluções. Com esse número de analfabetos e com a renda familiar de 82% da nossa população atingindo o pico de R$3.340,00 (menor que o auxílio-moradia de juízes, promotores e procuradores) nada é fácil por aqui. Sem contar que o legado da escravidão é perverso e contagioso. E ainda não saímos nem da casa-grande, nem da senzala. Precisamos abrir os olhos, o coração e recuperar a capacidade de luta para reverter esse quadro pavoroso.E mesmo nessa crise pós-golpe, que jogou nosso país em dificuldades quase insuperáveis, é possível ver luz no fim do túnel. Cito apenas um exemplo. E ele vem do Maranhão, terra dominada pela família Sarney. Ali, o governador Flávio Dino, do PCdoB, está priorizando a educação e pagando os melhores salários do Brasil aos professores. Mais ainda: os deputados estaduais aprovaram o fim do auxílio-moradia de R$2850,00 que recebiam desde 2010. Ou seja: isso é resultado de programa e vontade política.


Publicado por Rubens Jardim em 30/03/2018 às 17h36
 
27/03/2018 12h07
TÃO LONGE DE MIM DISTANTE ESSA TAL DE DEMOCRACIA...

É apenas um detalhe, mas evidencia o tratamento diferenciado conferido aos poderosos e aos trabalhadores. O feriado é na sexta-feria santa. Fica muito óbvia a herança escravocrata e a permanência da senzala e da casa-grande.


Publicado por Rubens Jardim em 27/03/2018 às 12h07



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