16/10/2011 17h04
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA (10)
ISABEL CÂMARA (1940 - 2006), poeta mineira, atriz e dramaturga bissexta. Com a única peça que escreveu, As Moças, ganhou o Moliére de melhor autor de 1970. Festejada nos meios cults do Rio e São Paulo, foi amiga de Bethânia, Chico e Tom, redatora da TV Globo e tradutora. Publicou Coisas Coiós, abandonou a badalação e foi morar incógnita em Goiânia, onde 12 anos depois veio a falecer. Afirmativa Na posição que me encontro Quem Quem diante do amor Quem diante do Inferno Ninguém me ama Manhã de frio Trata-se de uma certa dama Carta LEILA MICCOLIS (1947) poeta carioca, contista, escritora de cinema, teatro e televisão. Tem obras publicadas na França, México, Colômbia, África, Estados Unidos e Portugal. Já publicou mais de 30 livros, uns 14 de poesia. O mais recente Sangue Cenográfico tem prefácios de Ignácio de Loyola Brandão, Heloísa Buarque de Hollanda, Gilberto Mendonça Teles e Nélida Piñon.Mantém na internet o concorrido site de poesia e literatura Blocos DOS MALES O MENOR... Se te chamo de putinha CONTRADIÇÕES Foi na vida que aprendi NOVO AMOR Meu coração nunca pára BROWSERS DIVERSOS (V) Sem rodeios: Geração Inde(x)pendente Em vez de me deitar na cama, DIVA CUNHA(1947) poeta potiguar, formou-se em letras, fez pós-graduação na Puc do Rio de Janeiro e doutorado em Barcelona. Seu último livro de poesia, Resina, (2009), reúne a reedição dos três primeiros livros Canto de Página (1986), Palavra Estampada (1993) e Coração de Lata (1996). Recentemente, em junho deste ano, passou a ocupar cadeira na Academia Norte Rio-Grandense de Letras. Sou todos... sou todos os poetas que li com a devida ressalva eles não são eu cadeira que ocupo enquanto escrevo
Certas mulheres... Certas mulheres catam coisas pequeninas conchas, feijões, letras
outras distraem-se nos espelhos contam rugas
algumas contam nuvens criam cachorros e gatos como crianças
certas mulheres guardam mágoas ressentimentos, botões, elásticos
algumas são como certos homens não contam nada ocupadas com coisas incontáveis
Minha mãe... Minha mãe diz que eu sou da pá virada os modelos dela são outros: fora as santas domésticas secaram todas
Em casa...
ANA CRISTINA CÉSAR (1952-1983) poeta carioca da chamada poesia marginal dos anos 70, suicidou-se em 29 de outubro de 1983. Escreveu para revistas, jornais alternativos e lançou livros em edições independentes. Tornou-se conhecida ao participar da antologia 26 Poetas Hoje, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda, em 1976. Entre os títulos publicados: Cenas de Abril, Correspondencia Completa, Luvas de Pelica—e o celebrado A Teus Pés, além de Inéditos e Esparsos. Tenho uma folha branca e limpa à minha espera: mudo convite tenho uma cama branca e limpa à minha espera: mudo convite tenho uma vida branca e limpa à minha espera. Noite carioca Diálogo de surdos, não: amistoso no frio Atravanco na contramão. Suspiros no contrafluxo. Te apresento a mulher mais discreta do mundo: essa que não tem nenhum segredo. Psicografia Acreditei... Acreditei que se amasse de novo esqueceria outros pelo menos três ou quatro rostos que amei Num delírio de arquivística organizei a memória em alfabetos como quem conta carneiros e amansa no entanto flanco aberto não esqueço e amo em ti os outros rostos Olho muito... olho muito tempo o corpo de um poema Publicado por Rubens Jardim em 16/10/2011 às 17h04
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