![]() 12/01/2019 13h00
GOSTO DE ME SENTIR DESARMADO E ABERTO AO QUE DER E VIER
O TOURO BIFRONTE -- Quando viajamos pela primeira vez pela Europa, meu filho Christiano Jardim tinha 5 anos.Acho que foi em 1992 e nós, bem easy rider, éramos guiados por mapas, pela infância e por aquele menino chamado Jesus.Nenhuma dessas tecnologias estavam presentes na vida de cada um de nós. Nem pra indicar caminhos, hotéis, museus, palácios e restaurantes.Mas eu era mais feliz --e sabia disso. Afinal, todos esses confortos também depreciam a nossa capacidade de criar, nossa iventividade, nossa possibilidade de de revelação, de encantamento e de enfrentar reveses, é claro. E eu gosto de me sentir desarmado e aberto para o que der e vier. Gosto de sentir que a vida é um prolongamento do nosso corpo e da nossa alma. Coisas precárias que nos fazem celebrar a união, a disposição conjunta de intuir, criar, seguir e prosseguir.Sempre de mãos dadas com as pessoas,com o mistério e com os milagres.E aonde estão hoje os mistérios, os milagres e as revelações? Já disse muitas vezes, pra amigos e familiares, estar ligado e conectado é, também, de algum modo, estar protegido dessa instantaneidade complexa que só nos deixa mais frágeis,menos utópicos --e com a fé cada vez mais abalada em transformar esse mundo cada vez mais desumano e desigual..Estou com 70 anos, mas vou lutar até o fim de meus dias. Publicado por Rubens Jardim em 12/01/2019 às 13h00
01/01/2019 16h06
A GRANDEZA DE DARCY E LULA
No topo de minha lista de brasileiros que admiro, dois nomes jamais faltariam: Darcy Ribeiro e Lula! Um, morreu reconhecendo seu "fracasso" nas lutas que empreendeu.... E deixou uma frase que o eterniza: "prefiro estar ao lado dos que comigo fracassaram do que ao lado dos que me venceram..."
Publicado por Rubens Jardim em 01/01/2019 às 16h06
30/12/2018 18h22
30 DE DEZEMBRO ERA DATA FESTIVA EM NOSSA FAMÍLIA
Um pedaço de terra que é toda a terra.Um punhado de areia que é toda a areia.Um caminho que se prolonga e conflui conjugando paixões, vigílias, longas conversações e rios de silêncio. É assim que olho essas fotos, sombras quase escondidas na ausência desses guias.Hoje, 30 de dezembro, é data aniversária de casamento de meus pais. Eles já se foram mas as fotos preservam essas celebrações.(bodas de prata, bodas de diamante e nós juntos) Publicado por Rubens Jardim em 30/12/2018 às 18h22
30/12/2018 18h15
NOVA TRADUÇÃO DO CÉLEBRE POEMA DE ELIOT: THE WASTE LAND
Mario Sergio Conti escreveu ontem, na Folha Ilustrada, um bom artigo sobre a nova tradução feita por Caetano Galindo do célebre poema de Eliot: The Waste Land. Entre outras questões ele faz referência às inúmeras citações poéticas e filosóficas coladas no poema. Menciona também a "canonização" do poeta com o Nobel e, logo a seguir, relata a primeira edição fac-símile do poema que recebeu as bençãos, intervenções e cortes de Ezra Pound. Segundo o próprio Eliot, o rascunho caótico de A Terra Devastada saiu das mãos de Pound em 1922, reduzido à metade --e em sua forma definitiva. Por fim, mostra que o genial poeta tornou-se popular como autor de um livro que serviu de base para o musical da Brodway, visto por mais de 70 milhões de pessoas em 30 países: Cats. Pois é: Andrew Lloyd Weber, compositor desse musical baseou-se nos versos de um livrinho que Eliot fez para os sobrinhos... (abaixo alguns depoimentos e versos de Eliot ) “Tempo haverá, tempo haverá para moldar um rosto com que enfrentar os rostos que encontrares...Tempo para ti e tempo para mim, e tempo ainda para uma centena de indecisões e uma centena de visões e revisões, antes do chá com torradas.” “O que poderia ter sido e o que foi convergem para um só fim, que é sempre presente. Ecoam passos na memória ao longo das galerias que não percorremos em direção à porta que jamais abrimos para o roseiral. Assim ecoam minhas palavras em tua lembrança.” “Não estás aqui para averiguar, ou te instruíres a ti próprio, ou satisfazer a curiosidade, ou redigir um informe. Aqui estás para te ajoelhares onde eficaz tem sido a oração.” “Acertemos nossos relógios pelos relógios das praças.” “Cada frase e cada sentença são um fim e um princípio. Cada poema um epitáfio.” “Assim expira o mundo não como uma explosão, mas com um suspiro.” Publicado por Rubens Jardim em 30/12/2018 às 18h15
30/12/2018 18h09
OUTRO POEMA ESCRITO NA CASA DO MATO, EM COTIA
Divido com os amigos este outro poema, um soneto, escrito aqui na casa do mato, em Cotia, neste conturbado ano de 2018. Herdei essa sala de jantar dos meus pais e ela me acompanha desde a primeira infância.Só me separei dela quando sai de casa pra casar. E por uma série de circunstâncias, recebi ela de volta, de presente dos meus pais. Como diz meu amigo poeta Hamilton Faria , ela me encanta e reencanta. Publicado por Rubens Jardim em 30/12/2018 às 18h09
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