Rubens Jardim

A poesia é uma necessidade concreta de todo ser humano.

Meu Diário
16/03/2018 18h21
POETA MORADOR DE RUA VAI PUBLICAR LIVRO

Quieto, no meio da praça,/o poeta virou monumento./Nenhuma palavra sai/ de sua boca de bronze/ para falar aos homens de agora./ Mas eu roubo seus poemas/ e toco a lira dos seus 20 anos.

Coloquei esse poeminha aqui como introdução dessa matéria sobre esse poeta morador de rua. Por pura coincidência, Gilberto viveu 13 anos ao lado da estátua de Alvares de Azevedo, poeta romântico que sempre me impressionou muito.(esse poeminha tá no livro Transpassar, antologia poética organizada pelo saudoso Carlos Felipe Moisés e Victor Del Franco, editada pelo SESI-SP, em 2016. Essa é uma antologia sobre as ruas de São Paulo)

Clique no link para ler a matéria.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/morador-de-rua-faz-livro-de-poesia-sobre-como-e-viver-nas-calcadas-de-sp.ghtml


Publicado por Rubens Jardim em 16/03/2018 às 18h21
 
15/03/2018 04h41
LANÇAMENTO DE LIVRO E RECITAL NA MONTANHA

Uma das "minhas" Mulheres Poetas, Luci Collin contou, anos atrás, no Paiol Literário, uma história que tenho que dividir com os amigos. Ela se tornou amiga de Gary Snyder, poeta norte-americano associado à Geração Beat. Em determinado momento ele contou a Luci que iria lançar um livro que havia levado 40 anos para escrever. Por e-mail, Gary disse: “Luci, vamos fazer o lançamento desse livro aqui onde eu moro, numa montanha”. Ele mora numa região de deserto na Califórnia. E ela pensou: “Vai fazer um lançamento de livro ao ar livre, numa montanha?”. Ele: “As pessoas vêm para cá, acampam, e vou atravessar a noite fazendo a leitura do meu livro para elas”. E ela pensou: “Aqui, no Brasil, que poeta que lançasse essa idéia teria público?”. Quando esse amigo contou isso, ela confessa ter ficado com pena. Imagine as pessoas pegando seus carros e indo a uma montanha. Ele ainda falou: “A gente vai cobrar ingressos”.Ela  pensou: “Coitado, de certo a mãe dele vai aparecer, a mãe sempre aparece, não é? Meu Deus, que despropósito”. Mas respondi: “Ah, que bom. Boa sorte e tal”. Semanas depois, ele contou: “Olha, o lançamento foi um sucesso. Vieram três mil pessoas”.


Publicado por Rubens Jardim em 15/03/2018 às 04h41
 
13/03/2018 23h15
POEMA DE EDUARDO ALVES DA COSTA

Muito adequado aos tempos atuais, publico o famoso e controvertido poema de meu amigo Eduardo Alves da Costa.A autoria já foi atribuída à Brecht e à Maiakovski. Mas está lá, no livro dele, publicado em 1968, pela Nova Fronteira. Esse poema já foi reproduzido à exaustão na internet, frequentou camisetas e virou uma das bandeiras contra a ditadura de 64. E com seu humor peculiar, Dudu já tentou solucionar esse equívoco: " Não posso deixar de agradecer a Maiakóvski, graças a quem um trecho do meu poema se tornou tão conhecido em todo o Brasil. Porém, meu nome é Eduardo Alves da Costa; mas podem me chamar de Vladímir Maiakóvski "

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA


Publicado por Rubens Jardim em 13/03/2018 às 23h15
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13/03/2018 22h53
UMA BOA NOTÍCIA

QUE ALÍVIO: AUGUSTO NUNES DEIXA O RODA VIVA

O último programa comandado por ele será no dia 27 de março e o convidado será o juiz Sergio Moro. Algumas palavras sobre esse jornalista, proferidas por Ruy Mesquita no livro “Nascidos para perder”, de Mylton Severiano, o querido Miltainho):

“Augusto Nunes não tem caráter, é amoral, manipulador de notícias e isso eu provo confrontando o noticiário do Jornal da Tarde e do Estado durante a campanha presidencial de Collor. Ele tentou de todas as formas contratar uma equipe paralela em Brasília para fugir do controle da Agência Estado e com isso fazer todo o tipo de maracutaia. Nunca pôs a mão na massa. Não gosta de trabalhar, só de aparecer. Mais: disse a ele numa reunião com meus primos e meus irmãos, além do Elói Gertel e do Sandro Vaia, que o problema dele não era o que estávamos discutindo naquela hora, mas sim que ele é um desprovido completo de uma coisa que qualquer homem sério tem: caráter. Esse foi o fim do Augusto aqui no Estado”.


Publicado por Rubens Jardim em 13/03/2018 às 22h53
 
09/03/2018 14h44
VICTORIA DA SALMOTRÁCIA

É uma experiência comovente essa aproximação com a mítica escultura. Colocada em um ponto estratégico, no alto de uma longa escadaria, ela pode presentificar qualquer vitória em qualquer batalha. Mas pra mim ela é a vitória da beleza. Ou como anotou Rilke com sua visão tão poética e singular:: "Esta escultura não nos trouxe somente o movimento de uma bela moça que vai ao encontro do seu amado: ela é ao mesmo tempo uma imagem eterna do vento grego, de sua amplidão e de sua nobreza."


Publicado por Rubens Jardim em 09/03/2018 às 14h44
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