A HORA IMÓVEL
Tenho dúvidas se estou por dentro ou por fora mesmo na hora do amor. Pareço letra perdida à procura da palavra. Mas as palavras também se perderam dos usos cotidianos e da realidade . Elas escaparam do papel e criaram seus próprios espaços cênicos. Fala-se que as palavras se libertaram e que elas hoje frequentam outros ambientes. Estão em objetos e performances. Em leis que não são aplicadas E eu fico aqui me perguntando onde está a palavra antes da palavra? Aquela que nos devolve sem cessar a consciência da total ambivalência? Aquela que rompe com os marcos da duração e estabelece a hora imóvel que os relógios não marcam? Rubens Jardim
Enviado por Rubens Jardim em 24/06/2008
Alterado em 24/06/2008 |