19/04/2012 12h47
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA(19)
OLGA SAVARY (1933) poeta paraense, jornalista, tradutora, crítica, ensaísta Tem em seu currículo 20 livros, mais de 40 prêmios de literatura — entre eles, dois Jabutis — e traduções de Pablo Neruda, Julio Cortazar e Mário Vargas Llosa. Estréia em livro em 1970, com Espelho Provisório, prefácio de Ferreira Gullar. Seguem-se: Sumidouro(1977), Altaonda(1979), Hai-Kais(1986) e Berço Esplêndido(2001), entre outros. Primeira mulher a publicar poesia eróticas, Magma(1982). Ser LIMITE Liberdade condicional Que eu toda me torne desterro, Que sejas a tensa corda E te amo morto ou vivo de mãos dadas com o perigo MAR I para ti queria estar sempre vestida de branco como convém a deuses tendo na boca o esperma de tua brava espuma. Violenta ou lentamente o mar no seu vai-e-vem pulsante ordena vagas me lamberem coxas, seu arremesso me cravando uma adaga roxa. DARCY DENÓFRIO (1936) poeta goiana, professora universitária, ensaísta e autora didática.Estréia como poeta com o livro Voo Cego(1980) que conquista o prêmio Cora Coralina/UBE em 1982. Seguem-se outros: O risco das palavras(1982), finalista da I Bienal Nestlé de Literatura; Amaro mar(1988) e Ínvio Lado (2000). O RISCO DAS PALAVRAS Ah! a miséria da oficina das palavras! Diante de você sempre emudeço. Ah, as palavras, se não houvesse o risco, Mas as palavras acordam até mesmo Se eu não as disse algum dia, Mas eu sou dessas barragens POEMA DA DOR SEM NOME Essa mágoa dói tão fundo como se houvesse perfurado o abismo interior de meu mundo.
Dela, não serei vassala só quero lançá-la como um fio infinito que se joga no abismo até vomitar de vez o início da ponta.
Depois, chegar à íntima alegria sem sentir a broca perfurando a rocha de meu poço artesiano.
À alegria de alcançar as águas tranquilas minhas mais profundas reservas humanas.
E ouvir o íntimo silêncio águas entre rochas calcárias sem nenhuma pressa águas que não estremecem nem trincam o espelho da alma. PONTO FINAL Se não há mais nada a fazer é isto mesmo - em frente. Não importa a direção a que se ande (já disseram) desde que seja para frente. Se a última palavra já foi pronunciada não cabe vírgula nem outros sinais de pontuação a não ser o ponto final ENFRENTE! LENILDE FREITAS (1939 ) poeta e tradutora paraibana, com formação acadêmica em literatura. Seis livros publicados: Desvios (1987); Esboço de Eva (1987); Cercanias (1989); Espaço Neutro (1991); Tributos (1994) e Grãos na Eira (2001). Conquistou alguns prêmios literários: "All Nation Poetry Contesf (USA); "Prémio Emilio Moura de Poesia” (MG),"Augusto dos Anjos" (PB), "Arriete Vilela" (AL), “Prêmio Pasárgada” (SP), “Nestlé de Poesia” (SP). A Fernando Pessoa Não é disso que estou falando A Florbela Espanca Conheço a casa Aquário MARIA DA CONCEIÇÃO PARANHOS(1944) poeta soteropolitana, contista, teatróloga, professora universitária, pesquisadora e ensaísta. Fez mestrado em teoria da literatura na UFBA e doutorado em literatura comparada na Universidade da Califórnia. Estreou em livro com Chão Circular (1970) que recebeu Prêmio Arthur Salles.Seguem-se os títulos ABC re-obtido(1974), Os Eternos Tormentos(1986) e As Esporas do Tempo (1996). Luz inesperada Escuta Anunciação
Publicado por Rubens Jardim em 19/04/2012 às 12h47
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AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA (18)
ELIZABETH LORENZOTTI, poeta paulistana, jornalista, escritora, fez mestrado em comunicação (USP) e é doutoranda em literatura brasileira. Passou a infância em Poços de Caldas(MG) e voltou pra lá no ano passado. Está iniciando carreira acadêmica. Publicou Suplemento Literário-Que falta Ele Faz!, Tinhorão, o Legendário e o livro de poemas As Dez Mil Coisas(2011). Visita No estranho caminho de Santiago Nas veredas Criado-mudo Declaração Visita
RITA MOREIRA (1944) poeta paulistana, autodidata, estreou muito jovem, com o livro Maria Morta em Mim(1962). Seguiram-se A Hora do Maior Amor (1965) e Perscrutando o Papaia (1999). Recebeu elogios de Menotti del Picchia e Paulo Bonfim. Durante vários anos foi redatora da Abril, morou em Nova Iorque e tornou-se vídeo-documentarista de sucesso..Muito jovem foi letrista parceira de Paulinho Nogueira (Moça da Chuva e Historinha, entre outras). IPSIS A palavra é ainda a mais sublime invenção. Mas tem tanta coisa linda que escapa à nomeação!
HIMALAIAS Mulheres fortes, centradas, essas mulheres maduras eternamente animadas dum fogo que rodopia pra além dos filhos criados, dos romances resolvidos, peagadês concluidos, himalaias escalados...
E esse olhar sem pensamentos, o caminho aberto em frente, com tanta promessa linda de mais himalaia ainda. Energia tão valente que nem sabe o quanto é. Essas mulheres fortes que sabem cair de pé, que sabem fazer os cortes nos momentos mais precisos de repente tão suaves desmanchando-se em sorrisos...
Mulheres firmes, inteiras, que se preocupam com o mundo, bem além dos próprios netos. Que sabem da dor das aves cobertas de óleo nas praias. Da mudança necessária nos hábitos de consumo. Da importância nenhuma dos elogios ou vaias. Da tragédia dos sem-teto, dos problemas de afeto das irmãs e irmãos mais frágeis. Essas mulheres tão ágeis, tão presentes, tão futuras, não se perdem em procuras nem tem temores noturnos. Não tomam Prozac, calmante, não vão no que as mídias ditam. Desprezam intoxicantes – religiosas, meditam.
-- As almas dessas mulheres tão retas e iluminadas, por mãos de que outras mulheres terão sido torneadas?
Sherazade Proibida no edifício a cachorra da velhinha na verdade não existe. Mas em noites mais escuras a senhora, muito triste, fecha os olhinhos cansados e não reza ave-marias como fazem as vizinhas com quem tem pouca amizade. Chama o nome que inventou -- Sherazade, Sherazade! -- e sente nas mãos manchadas amorosas lambidinhas.
MÃE MODERNA Mesmo longe, a viajar, sempre comigo. Pendurados no celular, neo-umbigo.
MÁRCIA MARANHÃO DE CONTI (1957) poeta maranhense, passou um período da infância em Goiânia, residiu em São Paulo e atualmente vive em Goiânia. Estudou piano, é formada em nutrição e em direito. Já participou de antologias e concursos, sendo várias vezes premiada, inclusive no 5° Prêmio Nacional de Poesia - Cidade Ipatinga com o 2° lugar (2007). Teve três poemas selecionados no concurso Poemas no Ônibus e no Trem, promovido pela prefeitura de Porto Alegre. Publicou o livro de poemas Luar nos Porões (piano mudo), em 2011. Enfrentamento Abro a frase devagar Como se abrisse um lenço Que guardasse um segredo mofado.
Leio afastando cada sílaba, Na tentativa inútil De romper todo o sentido.
Depois de ler essa verdade Que tentou se inscrever Num insight de coragem
Acovardo-me. Fecho o lenço... E enxugo meus olhos.
Um poema no ônibus Parece que a cidade passeia, E o pensamento espia a palavra. Há um poema que vagueia, Versos virando paisagem.
Parece que a janela me leva, E o poema levanta os olhos. Não sei se fico ou viajo. Vou nas palavras e volto.
Parece que tudo é passagem. O poema beija meus olhos.
A ninhada A ninhada de palavras Não me deixa dormir. Ser poeta é suportar os peitos Inflamados E deixar a linguagem sugar Até sangrarem os bicos.
Vestígios Meus acasos não povoam Páginas de dicionários. São trilhas que transcendem A leveza dos passeios.
As palavras são rastros Deixados no cimento fresco. Nem que eu falseie os passos, Minto comigo, nos versos.
As palavras são pérolas De um colar que nunca tiro, Criadas nas conchas antigas Dos mares que habitam em mim.
Águas sem caminho I Ao atracar no meu porto, Não me reconheço, E a cidade não existe. Não há quem me busque Ou me convide. E o tempo de espera, Esse não finda. Olho infinitamente pro mar, Que me atrai, mas não me conduz. Não há caminho nas águas. E na verdade não há navio. II À beira do meu mar, Espero o teu navio. Move-se o horizonte No manto das ondas, espumas. No movimento do medo, Deixo um chorinho Tocar os meus olhos. Vultos e velas, barcos distantes. O pensamento suplica o agora. Desisto da longa espera E olho ao redor: Meu continente é de águas, Se o teu navio não volta, Me afogarei, pois não nado. III Eu me afogo em meu próprio oceano. E me encharco deste sal que é meu. A água que eu engulo é que me mata, Levando a lucidez que me perdeu. IV É que a palavra não pode abarcar A extensão deste mar que me invade. Não avisto terra em confins nenhum. Já não me sobra espaço em mim mesma. Quero arranhar o céu para ver se enxergo Luz que me leve à orla da vida. Estou s u b m e r s a Imóvel e patética. Gritar não consigo, Não sei o que grito. E a fala me foge No momento exato. Não há fôlego, vencida no mar. É luta vã salvar O corpo do verso.
CARMEN SILVIA PRESOTTO(1957) poeta de Po rto Alegre, escritora, psicanalista, professora de língua portuguesa e literatura clássica, agitadora cultural e editora. Publicou, dentre outros, Dobras do Tempo (2001) e Encaixes (2006), Postigos (2010) e um grande número de crônicas, photoPoemas, photoCrônicas em espaço que mantém na internet: Vidráguas. É aí que ela divulga outros autores, livros e principalmente poemas. Com um empenho e uma dedicação inquestionáveis. Holografias
Névoas
Pisares
O Amor... O amor é este letreiro
Publicado por Rubens Jardim em 26/03/2012 às 20h21
08/03/2012 11h46
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA (17)
ELIZABETH HAZIN (1951) poeta pernambucana, doutora em teoria literária pela USP já ensinou nas universidades federais de Pernambuco e Bahia e atualmente dá aulas na universidade de Brasília.Participou do Festival Internacional de Poesia, em Copenhagen. Estreou em 1974, com o livro Poesias. Outros títulos: Verso e Reverso(1980), Casa de Vidro(1982) Arco-Íris(1983), Espelho Meu(1985), Martu(1987 premio Rio de Literatura) e o Arqueiro da Lua(1994).
O melhor está sendo feito? Não. Perdido nas esquinas sugerido nos desejos o melhor não tem mais jeito.
É o pão que não comemos mas amassamos esse vinho derramado que não bebemos todo amor que não amamos — imaginado — é sempre o que não fazemos.
o melhor nasce desfeito ou nos desfaz em mil momentos?
Não Escute Não escute meu choro quieto: eu sou um deserto e preciso chorar
Não escute meu amor fugidio: eu sou um rio e preciso passar
Não escute meu sorriso constante: eu sou um instante e preciso durar
No espelho I Sombra fugaz num túnel sem fim o tempo passa despercebido passa de mim a outro espelho eu defronte de outro (eu mesmo?) um espelho no espelho no espelho somos nada ao infinito das vezes. Descubro um Narciso de repente em mim. Debruçado sobre mim me vejo mil vezes repetido: o mundo é só um túnel de vidro. Mas que imagem vale esse vazio sem rosto quebrando a solidão que corta meu corpo como um rio sem nunca alcançar meu coração?
DAGMAR BRAGA (1952) poeta mineira, professora, formou-se em letras pela PUC, especializando-se em literatura brasileira. Depois fez pós-graduação em jornalismo. Atualmente trabalha como revisora de textos e é responsável pelo espaço cultural Letras e Ponto, onde também ministra oficinas de literatura.Estreou em livro recentemente, 2008, com Geometria da Paixão, finalista no prêmio Jabuti de 2009.
CONSTRUÇÃO
Arqueologia removo o pó dos sonhos convoco oráculos deuses pitonisas remonto a um passado indecifrado labiríntico
descerro véus – é tua esta sentença?
como dói escavar este argumento o nó o laço o texto
quando somos nós mesmos subterrados
MADRUGADA quando em silêncio arde o desespero
tua mão acolhe o fogo e me desata
o dia serpenteia na garganta
DENISE EMMER (1956) poeta carioca, ficcionista,compositora, cantora e instrumentista. É formada em física, violoncelo e fez pós-graduação em filosofia. Já publicou 13 livros, dez de poesia e três romances. Estreou muito jovem, com Geração de Estrela (1975) e a sua obra mais recente, Lampadário(2008) conquistou o prêmio ABL de poesia.Compôs para trilhas sonoras de novelas e já ganhou até disco de ouro. Outros títulos: O Inventor de Enigmas(1989), Cantares de Amor e Abismo(1995) e Poesia Reunida(2002).
Das rochas escuto rimas
PROSA CANORA
AS GALÁXIAS As galáxias se expandem e nem ouvimos seus gritos
os labirintos se aprofundam sem que saibamos seus números esperamos que um cão azul decifre o infinito
e que nos esclareça a álgebra do abismo
a lógica do insondável
a física do ilimitado.
Por que é tão dramática a visão de um céu estrelado?
DA MORTE Os mortos não sobem aos céus nem elevam-se abstratos tornam-se apenas retratos lado a lado nas paredes.
Retrato do avô imóvel austero e silencioso do tio tuberculoso que esquivo me espia.
A avó já está fria mas me olha com ternura tece uma colcha escura para as bodas da família,
Mortos não sobem trilhas de inconsistentes arranjos não viram anjos nem brisas nem cristos nem assombrados.
Sequer passam dos telhados sequer vão a outros mundos quando morrem se enraízam e se alastram é pelos fundos.
Não lhes peço algum milagre também não lhes rogo bênçãos de dentro de seus quadrados não podem mover o Tempo.
Quadros em salas quietas emoldurados cinzentos memória em fragmentos — as vezes nem lhes percebo.
ELISA LUCINDA (1957) poeta capixaba, jornalista e atriz, é uma das primeiras vozes poéticas do Espírito Santo a cantar a negritude .Já fez incontáveis recitais divulgando seus poemas.Montou uma peça com seus poemas e ficou 6 anos em cartaz. Criou a Casa do Poema, no Rio , a TV Escola Lucinda de Poesia Viva e mantém um site na internet com parte expressiva de sua obra. Estreou em livro com Aviso da Lua que Menstrua (1990). Seguiram-se Sócia dos Sonhos(1994) O Semelhante(1994) e A Fúria da Beleza(2006). Aviso da Lua que Menstrua
Zumbi Saldo
Au Gratin
Publicado por Rubens Jardim em 08/03/2012 às 11h46
12/02/2012 21h22
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA (16)
LUCILA NOGUEIRA (1950) poeta carioca, ensaísta, contista,crítica e tradutora. Tem vinte e dois livros de poesia publicados. Estreou com Almenara(1979)e já obteve o prêmio Manuel Bandeira do Governo de Pernambuco. Essa mesma premiação foi conquistada, em 1986, com o livro Quasar. Eis alguns títulos de livros de Lucila: A Quarta Forma do Delírio(2002), Poesia em Medellin(2006), Poesia em Cuba (2007) e Casta Maladiva(2009). Foi a primeira brasileira a participar do festival internacional de Poesia de Medellin, em sua XVI versão. Vive no Recife.
Falarão meus poemas pelas ruas de cor como receita de viver e aqueles que sorriam pelas costas recitarão meus versos sem os ler
Falarão meus poemas pelas ruas de cor como receita de viver dirão que fui um mar misterioso onde quem navegou não esqueceu
Falarão meus poemas pelas ruas de cor como receita de viver dirão que era poesia e não loucura meu jeito de sonhar todos vocês
Falarão meus poemas pelas ruas de cor como receita de viver perguntarão por que vivi tão pouco sem dar-lhes tempo de me perceber
— e aqueles que sorriam pelas costas recitarão meus versos sem os ler
POEMA DAS MÃES Para Lygia, Natália, Marina e Almenara
AS MÃES SÃO BONECAS QUEBRADAS QUE NÓS ESQUECEMOS NO SÓTÃO UM DIA FORAM ROMÂNTICAS E AMARAM DESESPERADAS RESPEITEM O SEU SEGREDO QUE EXPLODE EM SÚBITAS LÁGRIMAS EMBORA PAREÇAM ESCRAVAS TODAS POSSUEM UMA ALMA
NA VERDADE SÃO MULHERES QUE SONHARAM APAIXONADAS E UM DIA SEM TER REMORSOS DESPEDIRAM-SE DE CASA NA VIDA E NO ROMANCE SÃO ESTRANHAS PERSONAGENS PERDIDAS DE SEUS VOLUMES NA POEIRA DAS ESTANTES
EU SOU A QUE ENSAIOU O VÔO MAS PERMANECEU NA PRAIA AQUELA QUE CRUZOU O PORTO MAS VOLTOU NA HORA MARCADA SALVOU-ME A MARESIA DO CONVÉS DOS TRANSATLÂNTICOS E O HÁBITO DE REGER OS PÁSSAROS AO CHEGAR A MADRUGADA
OS PARTOS COBRIRAM MINHAS ASAS DE RAÍZES E FOLHAS DE ÁRVORES E TRÊS ROSTOS DIFERENTES COMPLEMENTAM MINHA FACE O JEJUM ME DEVOLVEU A PRIMEIRA VIRGINDADE E EU ME TORNEI A MÁRTIR DE UMA ESTÓRIA EXTRAORDINÁRIA
AS MÃES SÃO APENAS MULHERES ASPIRANDO À DIVINDADE O ESPÍRITO DE AVENTURA SUBLIMADO NA PAISAGEM CRITICADAS POR SUAS FILHAS SOBREVIVEM COMO FADAS SÃO AS PRIMEIRAS MURALHAS QUE DESEJAMOS QUEBRADAS
ASSIM COMO ESSAS BONECAS QUE NÓS ESQUECEMOS NO SÓTÃO ............................................................................................................................................................. Estou mais para Elis e Janis Joplin Florbela Espanca, eu sou Virginia Woolf amante de Essenine e Sá-Carneiro sobre os campos; de trigo de Van Gogh
Compreendo mais Holderlin e Nietzsche que a loucura de Kant ou de Descartes: tudo que em mim pareça comedido não passa de uma máscara de vidro MARIA RITA KEHL(1951) poeta paulista,psicanalista, ensaísta e jornalista, tornou-se figura pública muito conhecida e atuante. No ano passado, ganhou o Jabuti com seu livro O Tempo e o Cão, a atualidade das depressões. Já publicou três livros de poemas: Imprevisão do Tempo(1979),O amor é uma droga pesada(1983), O Tempo do Desejo(1983) e Processos Primários(1996) Participou de várias antologias e desenvolve seu pensamento crítico em livros, crônicas,conferencias, entrevistas e em seu blog (www.mariaritakehl.psc.br/) Mato Grosso Meu irmão é um cowboy guiando a kombi Corte de cabelos para ficar triste Tipo faça-você-mesma. Trabalho incansável. Caminhar no escuro À frente, nem o vulto de uma luz. Breu sem meias medidas. Atrás, nada que faça lembrar o percorrido. Só o coração, na caixa preta, vibra a agulha da bússola. Caminha-se assim, nem tanto a esmo: pode-se dar um nome a cada passo assim como a cada dia com seu colar de minutos sua falta de começo sua falta de fim.
BERENICE SICA LAMAS(1949) poeta pelotense (RS), psicóloga, professora universitária e orientadora de oficinas no Scrivere –espaço de criação literária. Ocupa cadeira na Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul. Já participou de várias antologias e estreou em livro em 1999, com Morder a Polpa. Outros títulos: Ãngulos e Dobras(2000).Inventário de Ausencias(2004) e Ampulheta (2007).
na solidão das palavras Quinta crianças se revoltam ....................................................................................................... o perigo do
ZULEIKA DOS REIS (1949) poeta paulistana, formada em letras pela USP, é professora do ensino fundamental. Estreou em livro com Poemas de Azul e Pedra (1984), muito bem recebido pela crítica. Seu segundo livro, Espelho em Fuga (1989) foi prefaciado por Álvaro Alves de Faria e mereceu apresentação de Carlos Felipe Moisés e Caio Porfírio Carneiro. Participou de várias antologias de haicai.
PRIMAVERA Da página aberta
VERÃO
OUTONO
INVERNO
PARA ELIS REGINA (Escrito no dia, mês e ano de sua morte, em 19 de janeiro de 1982)
........................................................................................................................ O pássaro-pássaro não sabe das estações nas aprendi nomes e o que sei deste momento: Quero florescer no outono. Publicado por Rubens Jardim em 12/02/2012 às 21h22
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 29/01/2012 19h41
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA (15)
YEDA SCHMALTZ (1941-2003) poeta e ficcionista pernambucana, ensaísta e expert em artes plásticas. Já morou em Recife, Rio e viveu muito tempo em Goiânia, onde faleceu prematuramente. Dedicou-se à docência superior nas áreas de estética, história e sociologia da arte. Estreou em livro com Caminhos de Mim (1964). Já publicou mais de dez livros de poemas e recebeu vários prêmios (APCA,1985; Remington-RJ, 1980). Alguns títulos: Anima Mea(1984),Prometeu Americano(1996), Vrum(1999) e Chuva de Ouro(2000). Cavalo de Pau Quando amo, sou assim: AMOR DE POETA * Ser poeta AGLAIA SOUZA (1943) poeta carioca, contista, musicista e professora universitária. Participou de inúmeras coletâneas de poesia e de contos. Estreou em livro com Gota de Barro (1982). Além desse livro, tem publicados os seguintes títulos: Artesã(1989), Murmúrio(1993), Rondó ao Mar(1996) Canção Tagoriana(2000) e Cantaria (2010). Vive em Brasília. O espelho CANTARIA Estou indo bem mais velha: Maranhão me envelheceu.
Suas ruas, suas casas, onde o passado ainda mora, criaram raízes, lianas, azulejaram as paredes, ruíram caibros e tetos, musgos nasceram nos becos.
Estou levando comigo Maranhão feito em pedaços.
Suas pedras, suas portas, seus licores, suas frutas, camarões, peixes enormes, a fala mansa, sem pressa, os livros (tantos poetas!), seus rios cheirando a mar.
Estou indo assim saudosa do tempo do Maranhão. CANTABILE O chão canta um canto de dor se passa, rasteiro, passageiro cantor.
A voz leve enleva e some: só fica nos ares um aroma e um nome. CONQUISTA Tua maré: EULÁLIA MARIA RADKE (1949) poeta catarinense, compositora, teatróloga e jornalista. É presença atuante em seu meio cultural.Já morou em Blumenau e vive em Curitiba.Estréia em livro em 1980, com Espiral, que teve apresentação de Lindolf Bell. No livro seguinte, O Sermão das Sete Palavras(1986) ganha o prêmio Luis Delfino de Poesia. Eulália já coleciona vários prêmios e distinções.Destacamos:premio Ferreira Gullar, concurso nacional de poesia do Paraná; premio Mário Quintana, Alegrete, RS. Publicou em 2000, Lavra Lírica. ATEMPORAL JARDIM (Homenagem a Carlos Roberto Jardim, que durante anos fez público para teatro em toda Santa Catarina, dirigindo a Cia Vira Latas de Teatro.Pessoa especialíssima em entretenimento cultural da cidade de Blumenau) POEMA 4 A maestria dos erros sombrios A memória logra pentímetros Ruminamos, subjugados, a memória As solidões são nossas vítimas, A DANAÇÃO DO RISO Nas folhas do Boi Mamão Mas foi sob as fagulhas breves Avolumada, Esta, Amalgamava então Guardei meu avô O mistério da ausência Mas a morte lavrada Desde então, MARIA BEATRIZ FARIAS DE SOUZA (1948) poeta carioca, psicóloga e ensaísta,faz parte do grupo AdVersos e já publicou vários livros. Utiliza em seus trabalhos o pseudônimo Kuri. Teve estréia auspiciosa com Lugar Nenhum(1968), com prefácio de Vinicius de Moraes, talvez o único que o poeta tenha topado fazer. Outros títulos: Poemancipação(1970), O Negócio da Pia(1972), e Gueto(1981). Tem vários livros inéditos. Gueto Venha beber conosco, os placidamente aflitos, Marítimo N.º 5 Não atento ao que os homens Ironia Às vezes eu me sinto REMANSO Se eu fosse a mesma, Publicado por Rubens Jardim em 29/01/2012 às 19h41
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