A DESEJADA
Onde está a desejada da minha alma,
a mulher que criou janelas, portas e abismos e se escondeu de todos os meus caminhos? Antes que o tempo destrua minha calma Eu quero me debruçar sobre sua presença. Ou sobre sua lembrança. Preciso de um prisma Para celebrar as suas cóleras, as suas cismas. A desejada da minha alma é uma sentença Que ficou no avesso controverso do fichário, é o verso rabiscado em um momento raro, é a urgência escrita desta brasa imaginária. Sou o construtor desta mulher lendária que me habita como botequim ignaro e me faz louvar até as mágoas mais ordinárias.
Rubens Jardim
Enviado por Rubens Jardim em 19/05/2006
Alterado em 09/01/2014 |